O markup consiste em um meio eficaz de precificar os produtos de uma loja virtual. A obtenção de lucros é fundamental para que mais investimentos sejam realizados e o negócio possa escalar. Alguns lojistas têm dificuldades em fazer esse cálculo, baseando-se somente nos preços praticados pelos concorrentes.
Ao longo do artigo explicaremos melhor sobre como o markup funciona na prática e quais fatores ele considera na hora de fazer a correta precificação dos itens em uma plataforma de e-commerce. Esse conhecimento é indispensável para que o lojista consiga otimizar ao máximo esse processo, de modo que os preços praticados não sejam altos nem baixos demais.
O que é e o que representa o markup?
Quando falamos em markup estamos nos referindo a uma metodologia de cálculo que tem por objetivo considerar todos os custos fixos e variáveis de uma empresa, de modo a estipular um preço final ao consumidor. Em outras palavras, o markup equaciona todas as etapas de produção e distribuição de um item, o que ajuda a evitar que o lojista faça uma precificação equivocada, levando em conta somente a concorrência ou puramente o seu feeling.
Como funciona o markup e como ele é calculado?
Via de regra, uma das variáveis mais usadas na hora de precificar é o custo total de produção, mas se o lojista tomar apenas isso como referência, correrá o risco de definir preços errados, reduzindo os seus lucros e deixando de realizar vendas.
O markup funciona como um meio de captar outras variáveis envolvidas na operação da empresa. No caso de um e-commerce de varejo, a logística é um custo que influencia bastante o preço final da mercadoria. Seu cálculo é composto por:
- despesas fixas (DF);
- despesas variáveis (DV);
- margem de lucro (ML).
A fórmula do markup é 100/100 – (DF+DV+ML).
As despesas fixas do negócio correspondem, por exemplo, aos salários de colaboradores e ao aluguel do espaço físico onde os produtos estão armazenados. Quando a empresa é de médio ou grande porte, esse segundo custo é praticamente garantido.
As despesas variáveis são proporcionais ao volume de vendas da loja virtual, de modo que o pagamento de comissões, por exemplo, se torna maior à medida que mais pessoas compram no e-commerce.
Para entender melhor como se faz o cálculo do markup, considere um e-commerce de sapatos, sendo que suas DF, DV e ML são, respectivamente, 14%, 16% e 21%. Além disso, é preciso estipular um CP (Custo de Produção), que será de R$ 30, nesse caso. Aplicando a fórmula para os valores citados, temos:
markup = 100/100 – (14 + 15 + 21) = 100/ 100 – 50 = 100/50 = 2.
O valor obtido de 2 deve ser multiplicado pelo CP para determinar o preço de um item. Logo:
preço de venda = CP x markup = 30 x 2 = R$ 60,00.
Ao vender um item do e-commerce a R$ 60, é possível cobrir todos os custos envolvidos (incluindo impostos) e obter lucro.
Qual é a diferença entre markup e margem de lucro?
Com base no que vimos até agora, podemos ver que markup não é sinônimo de margem de lucro. O primeiro consiste em um fator multiplicador na hora de precificar uma mercadoria, enquanto a margem de lucro, além de fazer parte do cálculo do markup, corresponde àquilo que vai entrar na empresa como ativo.
A margem de lucro é uma informação que fará parte de documentos contábeis, como o Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE).
Por que o markup é importante?
O markup ajuda empresas a terem facilidade na gestão e controle dos seus recursos. Muitos empreendedores não utilizam o markup na precificação dos seus produtos, acarretando margens de lucro muito baixas e que não cobrem os custos de operação. Além disso, os preços finais também podem ficar muito altos, dificultando a venda, mesmo que o produto tenha qualidade e valor agregado ao consumidor.
Uma das formas mais conhecidas de conhecer aquilo que pode impactar a rentabilidade do negócio é a análise SWOT, composta por quatro quadrantes que representam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças ao empreendimento.
Também é importante destacar a existência de fatores que não dependem da competência do empreendedor. Em outras palavras, as circunstâncias do mercado em que ele atua e a conjuntura econômica são elementos que certamente impactam preços e hábitos de consumo do público. Logo, ter uma ferramenta como o markup é crucial na hora de estipular preços, vender de forma recorrente e fazer a loja virtual ser competitiva.
Embora a concessão de desconto seja uma estratégia interessante para dar vazão aos itens do estoque e aumentar as vendas, se isso for feito sem planejamento, os resultados podem ser desastrosos. Nesse sentido, o ideal é evitar ao máximo que os produtos estocados acumulem, o que significa dinheiro parado e prejuízo.
Além do uso do markup, uma ferramenta de gestão de estoques (WMS) é de grande ajuda, trazendo agilidade e eficiência aos processos envolvendo reposição e expedição de itens do estoque.
Quais empresas podem utilizar o markup?
Pequenas, médias e grandes empresas podem utilizar o markup. No caso de uma loja virtual que atua no varejo, um dos principais fatores que impactam os preços finais é a logística. Um bom planejamento e uso das ferramentas mais adequadas à realidade do negócio podem fazer com que os custos envolvidos na operação sejam bastante reduzidos.
Outro ponto a ser considerado por lojas virtuais é a logística reversa, que diz respeito a procedimentos de devolução das mercadorias, em caso de troca ou de o destinatário não ter sido encontrado, por exemplo. Esse é um custo variável sempre passível de ocorrer, exigindo do lojista o devido preparo para lidar com essas situações sem correr o risco de perder o cliente.
Como vimos ao longo deste artigo, o markup é uma metodologia de cálculo responsável por determinar com mais exatidão o preço final dos produtos. Empresas de qualquer tamanho podem adotar essa ferramenta, no intuito de evitar uma precificação errada e prejudicar a entrada de receitas dentro da empresa.
O empreendimento que adota o markup encontra mais oportunidade de escalar as suas operações, à medida que a definição dos preços é feita de modo a cobrir despesas e maximizar as margens de lucro.