O avanço da tecnologia vem transformando as várias formas que novas soluções de variados setores são desenvolvidas. Mas, mesmo com o avanço, a programação via código continua sendo uma peça necessária, independente de qual ferramenta está sendo criada — o que faz com que o "grosso" dessa produção ainda seja feita por profissionais de TI. É por conta deste contexto que as metodologias low-code e no-code foram criadas.
As tecnologias low-code e no-code visam diminuir ou eliminar a quantidade de código necessário para o desenvolvimento de programas, permitindo que profissionais além dos com experiência de programação possam criar seus próprios softwares.
Ficou curioso? Detalhamos mais ambas as tecnologias a seguir, com comentários de Léo Andrade, uma das principais referências em low-code e no-code do Brasil.
Como low-code e no-code funcionam?
Tanto o low-code quanto o no-code representam tecnologias que surgiram como alternativas ao modo tradicional para o desenvolvimento de aplicações. Especialistas, com o passar do tempo, identificaram que muitas das linhas de código usadas para as criações de diversos programas se repetiam, observando que, talvez, eliminando a necessidade de sempre digitá-las em cada novo software, a agilidade e eficiência dos setores responsáveis por essas criações pudessem aumentar.
O low-code foi a primeira dessas tecnologias a ganhar espaço, trazendo os componentes prontos para o profissional utilizá-los em sua aplicação, permitindo também a customização e a criação de novos elementos se necessário. Já o no-code, que veio um pouco depois, oferece uma redução completa da programação; ou seja, o profissional não precisa escrever uma linha de código sequer, criando softwares por meio de uma interface com modelos que reúnem várias ações.
"Se o low-code fosse um Lego, o famoso brinquedo de encaixar as peças, as pessoas teriam algumas peças prontas para construir o que quisessem, sem precisar seguir os padrões pré-definidos. Já se o no-code fosse o mesmo brinquedo, as pessoas só poderiam trabalhar com as peças disponibilizadas" exemplifica Léo Andrade.
Por fim, cada uma dessas tecnologias tem um público-alvo específico. O low-code, por exemplo, é destinado (e bastante utilizado) a grandes corporações e médias empresas que têm alta demanda no desenvolvimento de soluções; e, por consequência, têm diversas equipes de TI para agilizar os processos.
Já o no-code é destinado, principalmente, a profissionais e empresas que não têm experiência e conhecimento em códigos, com foco específico nos micro e pequenos empreendedores, para reduzir demandas de seus setores de TI, muitas vezes pequenos.
Impactos e desafios
Com a alta demanda por digitalização, houve uma grande demanda do mercado por novas soluções tecnológicas e mão de obra especializada, que com a pandemia da covid-19 só se aprofundou. Graças a isso isso, tanto o low-code quanto o no-code começaram a ser vistos com olhares mais positivos por empresas de diferentes portes, já que podem ser usados para solucionar problemas sem tudo cair em cima dos setores especializados.
Além disso, ambas as tecnologias de desenvolvimento ajudaram a consolidar o conceito de desenvolvedores sem formações nas áreas de criação de software como possíveis desenvolvedores de soluções específicas para suas demandas.
Por fim, embora ambas as tecnologias sejam cada vez mais adotadas no mundo, para o Brasil, especificamente, seus reais benefícios ainda precisam ser notados por boa parte das empresas e desenvolvedores.
"Tanto o low-code quanto o no-code tem o mesmo desafio: popularizar a cultura do pouco, ou nenhum, código no mercado brasileiro. É preciso entender, de fato, o poder dessas tecnologias e adotá-las para reduzir o gargalo existente com a falta de mão de obra. Com elas, as organizações ganham poder de desenvolvimento para se transformarem digitalmente, e os profissionais ganham um aliado para melhorar seu trabalho e ter mais agilidade na resolução de problemas", finaliza Andrade.
(Autor: Dácio Castelo Branco)